f:Felipe Lobo Batista 的直播

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Quando criança, brincava de escrever livros. Brincava de escrever, de contar histórias, de criar meu próprio roteiro para meus heróis. Ao lado da bola e dos carrinhos (e mais tarde o videogame), as palavras eram um dos meus brinquedos favoritos.

Na adolescência, textos de amor e ódio, com a instabilidade que essa época traz. No início, a recomendação da professora de redação: "você devia ser jornalista". Ignorei. Gostava de escrever, mas não achava que jornalsimo era o meu lugar. Queria produzir os gráficos mirabolantes dos videogames, dos filmes. Quis também ser jogador de futebol. E acreditei que era possível até poucos depois dos 16, quando a vida começou a cobrar o amadurecimento. Sem saber para onde correr, corri para Multimeios - um curso eclético, vasto. E foi correndo por esses campos que passei a usar a brincadeira de escrever sobre futebol em linhas sérias. E despertou a paixão sepultada lá no início da adolescência, quando a professora indicou o jornalismo como profissão.

Entre dúvidas e nenhum apoio, adiei a decisão até o último ano, quando encontrei uma orientadora jornalista que me apoiou na decisão. Era o empurrão que faltava em uma decisão que já estava tomada. Depois de um TCC sobre jornalismo esportivo na internet, eis que veio o cursinho e o sonho da Copa do Mundo - o ponto alto do jornalista esportivo que cobre futebol, que passou a ser meu objetivo.

Veio o cursinho, concomitante com o trabalho, que não mais me satisfazia. Jornalismo se tornou uma obsessão. Esporte o maior desejo. E um ano de estudos depois, veio o vestibular. E a passagem suada para a segunda fase, que seria nos critérios de desempate, se fosse um campeonato de futebol. Veio a segunda fase da Fuvest, e por pouco não passei. O mundo desmoronou e, por uns dias, fiquei sem rumo.

Tomei fôlego e parti para outro ano de estudos. Foquei mais ainda nos meus objetivos, larguei um trabalho que era promissor, tudo porque sabia o que queria. E foi um ano ainda mais duro, mais sacrificado, mais estudado. No final do ano, um mês antes da Fuvest, larguei o trabalho para ficar apenas nos estudos. Um pouco mais de folga na primeira fase e uma segunda fase arrasadora. E veio o que se esperava: a vaga no curso de jornalismo da ECA.

Estava iniciado o sonho o jornalismo e o objetivo de chegar ao esporte. Mas não veio imediatamente. No primeiro ano, veio o jornalismo, mas não veio o esporte na vida profissional. Veio a tecnologia em seguida. O jornalismo sendo exercido, o esporte como sonho persistente.

Até que veio a Trivela, e a oportunidade de trabalhar naquilo que, anos antes, vislumbrei: jornalismo esportivo. Aqueles textos experiementais falando sobre o Campeonato Brasileiro de 2003, o primeiro em pontos corridos, foram os percursores do que viria em 2009. E virá a Copa do Mundo em 2010, vista do Brasil, mas trabalhando, pela primeira vez.

O custo, porém, foi alto. Abdicar de uma carreira para iniciar outra significou uma queda brusca de salário, volta aos trabalhos de estágio. Ainda teve os problemas financeiros agravados por aumentos abusivos, que impediu o pagamento e um consequente processo aberto e outro recebido, uma cirurgia no meio do segundo semestre de 2009 que atrasou muito a faculdade e quase me fez perder o semestre. A batalha, porém, continua. E se tem algo que tive que aprender, é que o jogo só termina quanto acaba.