Meu nome é Mário de Souza Prata. Nasci em 26 de setembro de 1945, em Cantagalo. Meu nome consta hoje imortalizado no Diretório Acadêmico da universidade em que cursei Engenharia e na qual ingressei para o Movimento Revolucionário 8 de Outubro.

Era introspectivo, tido como inteligente e com muita garra. Lutei sempre pela liberdade do meu país com todas as armas que tive. E as armas de fogo foram parte delas. No regime militar matei e morri. Fugi para a clandestinidade para que minha morte não fosse mais cedo. E a adiei para meus 26 anos.

Estava comigo no dia em que fui emboscado e morto minha companheira de luta e de vida, Marilena Villas-Boas Pinto. Ela não teve a mesma sorte que eu e só pode morrer após muitas horas de tortura no DOI/CODI do Rio de Janeiro.

Meu corpo foi enterrado como indigente. Meu assassinato, escamoteado; meu nome, difamado. Meu nome é hoje resgatado em cada boca de cada estudante da UFRJ quando, em manifestações como tantas que fiz, repetem meu nome e batem no peito dizendo “esse é o meu Diretório Central”. O nosso.

Mário de Souza Prata: PRESENTE!