Eis o melhor e o pior de mim.
O meu termômetro, meu quilate.
Vem cara me retrate, não é impossível..
Eu não sou difícil de ler,faça a sua parte, eu sou daqui, eu não sou de marte.
Vem, cara me repare. Não vê? tá na cara, sou porta-bandeira de mim.
Só não se perca ao entrar no meu infinito particular.
Em alguns instantes sou pequenina e também gigante..
..É só mistério, não tem segredo..


Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.

Pisciana, feminista, esquerdista, vascaína. E o coração bate sempre sentido Zona Norte.




Eu sou aquela viagem que vai ficar pra sempre, a emoção de ter ido ao estádio ver o vasco ganhar, o jeito que falava, as brincadeiras da infância, o desespero do vestibular, os amigos da escola, o livro que eu nunca esqueci, eu sou a minha primeira paixão, o filme que eu não parava de chorar, a alegria de ter conseguido, eu sou a saudade dos meus professores, o saudosismo.
Eu sou o que eu lembro.


Eu sou a desilusão amorosa que tive, as brigas com os irmãos, a tristeza de ter amadurecido com a dor, a conversa séria que tive com o amigo, a cena que me fez chorar na rua, os conselhos que dei, a palavra proferida na discussão, a inveja de outrem, o medo de perder, a dor de não ter dado certo, o choro que durou a noite inteira, o gênio difícil, a frustração de não ter tentado, o arrependimento de não ter dito.
Eu sou o que eu choro.



Eu sou as frases que eu cito, o meu jeito peculiar de escrever.O riso solto, a mania de fazer humor com tudo, eu sou a sinceridade que transparece, a timidez que não aparento.Eu sou as pessoas que conquistei, a gargalhada depois da night.Eu sou os pedaços que junto de mim, aquele dia que explodi, a tentativa de originalidade, as palavras reconfortantes, aquela dança engraçada sem me
importar,eu sou a falta de medo de parecer rídicula.
Eu sou o que desnudo.


Eu sou a impotência diante das injustiças, a vontade de mudar o mundo.A decepção com o governo, os deveres que
cumpro e  os direitos que pleiteio.Eu sou o orgulho de votar aos 16 anos, o desapontamento com meu povo,
a revolta que dá a acomodação alheia , eu sou a indignação com o que vejo, eu sou o que rema contra maré, as coisas que me obrigo a fazer,
eu sou a luta diária, o ônibus cheio, eu sou o meu idealismo incessante, o repúdio ao machismo, a raiva da falta de educação.
Eu sou o que eu queimo.




Eu não sou somente o que eu visto ou consumo.
Eu sou o que eu vi, chorei, li, ri, o que eu escolhi ser.

Eu sou o que ninguém vê.