Na praia de Caiçara, município de são Bento do Norte, 17 de junho de 1943, nasceu Emmanuel Bezerra dos Santos. Líder estudantil no Colégio Atheneu e na Fundação José Augusto, onde cursou Sociologia, foi também Presidente da Casa dos Estudantes de Natal. Teve presença marcante não apenas pela militância política. Atuou na vanguarda dos movimentos culturais natalenses como poeta, crítico literário e organizador de grupos e associações.
Preso no histórico congresso da UNE de Ibiúna teve seus direitos políticos e estudantis cassados com base no famigerado decreto nº 477 da ditadura militar.
Dirigente do PCR atuou em Pernambuco e Alagoas e em pouco tempo integrou o Comitê Central dada sua dedicação, honestidade, firmeza ideológica e aprofundamento dos conhecimentos teóricos.
Em agosto de 1973 o PCR o enviou para a Argentina e o Chile com a missão de contatar revolucionários brasileiros e organizações latino-americanas de esquerda. Foi preso na fronteira pela Interpol e policia brasileira. Nas mãos do DOI/codi padeceu violentas torturas até ser morto. Coerente com o lema que defendia, “delação é traição”, morreu como herói do povo para manter vivo o Partido.
O editorial do jornal A Luta, órgão do Comitê Central do PCR editado depois da morte dos seus três principais dirigentes: Manoel Lisboa de Moura, Manoel Aleixo e Emmanuel Bezerra, comentou: “... A melhor homenagem que poderemos lhes prestar é continuar o trabalho pelo qual deram suas vidas: desenvolver, até a vitória, o trabalho revolucionário que conduzirá o Brasil a ser livre da exploração estrangeira, a democracia, ao socialismo e, finalmente, ao mais belo sonho dos homens, o comunismo.”
No intuito de prestar esta homenagem, trabalhadores, estudantes, militantes dos movimentos sociais decidiram organizar o CCEB. Esperamos que este seja um espaço de aglutinação daqueles que desejem uma verdadeira e profunda transformação da sociedade. Soldados que não se rendem.