EVENT 【抽選は6/4まで】大当たりを出して北海道の恵みをゲット🐟牛乳の日キャンペーン EVENT 本日 21:30時〜▶🎬ソロモンの偽証 後篇・裁判 放送

f:Eder de Faria キャス

00:00
  • レベル 1
  • サポーター 0
O conceito do porco espinho

Você é um porco-espinho ou uma raposa?

Em seu famoso ensaio, o Porco-espinho e a Raposa, Isaiah Berlin dividiu a humanidade em porcos-espinhos e raposas, inspirado numa antiga parábola grega: “A raposa sabe muitas coisas, mas o porco-espinho sabe uma coisa muito importante.” A raposa é um animal astuto, capaz de vislumbrar uma miríade de estratégias complexas para atacar de surpresa o porco-espinho. Todos os dias, a raposa fica cercando a toca do porco-espinho, à espera do momento oportuno para atacá-lo. Rápida, traiçoeira, bela, agitada e manhosa, a raposa parece ter tudo para vencer. O porco-espinho, por sua vez, é desajeitado, anda por aí balançando o corpo, vivendo sua vidinha simples, correndo atrás do almoço e cuidando da casa.

A raposa aguarda, em silêncio calculado, no cruzamento do caminho. O porco-espinho distraído, pensando na própria vida, cai direto no caminho da raposa. “A-há, agora te peguei!”, pensa a raposa. E salta, arremetendo contra o solo, movendo-se com grande rapidez. O pequeno porco-espinho, percebendo o perigo, olha e pensa: “E lá vamos nós de novo. Será que ela nunca vai aprender?” Enrolando-se todo, como uma bola perfeita, o porco-espinho se transforma numa esfera de pontas afiadas, apontadas em todas as direções. A raposa, pulando sobre a presa, vê a defesa do porco-espinho e interrompe o ata-que. Recua para a floresta e começa a planejar uma nova linha de ataque. Todos os dias há uma nova versão dessa batalha entre o porco-espinho e a raposa, apesar da grande astúcia desta última, o porco-espinho sempre vence.

A partir dessa pequena parábola, Berlin fez uma adaptação e dividiu as pessoas em dois grupos básicos: as raposas e os porcos-espinhos. As raposas atacam em várias frentes de uma vez, e vêem o mundo em toda sua complexidade. Elas se “espalham ou se dispersam e se movem em muitos níveis”, afirma Berlin, e nunca integram seu pensamento num conceito geral ou visão unificadora. Os porcos-espinhos, por sua vez, simplificam um mundo complexo e o transformam numa única idéia organizadora, um princípio básico ou um conceito que unifica e orienta tudo. Não importa o grau de complexidade do mundo; um porco-espinho reduz todos os desafios e dilemas a simples, na verdade, quase simplista idéia de porco-espinho. Para um porco-espinho, tudo o que não se relaciona de alguma forma com suas idéias não tem relevância.

O professor Marvin Bressler, de Princeton, destacou o poder do porco-espinho em uma de nossas longas conversas: “Quer saber o que separa aqueles que causam maior impacto de todos os outros igualmente brilhantes? Os primeiros são os porcos-espinhos.” Freud e o inconsciente, Darwin e a seleção natural das espécies, Marx e a luta de classes, Einstein e a relatividade, Adam Smith e a divisão do trabalho. Todos eles eram porcos espinhos. Pegaram um mundo complexo e o simplificaram. “Aqueles que deixam as maiores pegadas”, afirmou Bressler, “têm sempre milhares de pessoas dizendo, atrás deles: “Boa idéia, mas você foi longe demais”.

Para ser bem claro, os porcos-espinhos não são burros. Longe disso. Eles compreendem que a essência de um insight profunda é a simplicidade. Existe algo mais simples do que e = mc2? Ou mais simples do que a idéia do inconsciente, composto de um id, um ego e um superego? Ou mais elegante do que a fábrica de alfinetes e a “mão invisível” de Adam Smith? Não, os porcos-espinhos não são simplórios; têm uma percepção aguçada que lhes permite enxergar através da complexidade e discriminar padrões subjacentes. Os porcos-espinhos vêem o que é essencial e ignoram o resto.

Algumas empresas de sucesso possuíram executivos que foram porcos-espinhos. E usaram a sua natureza para rumar na direção daquilo que denominamos “conceito do porco espinho” para suas empresas. Outros, que lideraram as empresas concorrentes tendiam a ser raposas e nunca tiveram a vantagem esclarecedora de um conceito do porco-espinho. Em vez disso, tornaram-se dispersos, imprecisos e inconsistentes.

A sabedoria do Porco-Espinho

...durante uma era glacial bem remota, quando parte de nosso planeta se achava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram.

Morreram indefesos por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começaram a se unir, a juntar-se mais e mais.
Bem próximos um do outro, cada qual podia sentir o calor do corpo do outro.
E assim bem juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente.
Assim aquecidos, conseguiram enfrentar por mais tempo aquele inverno terrível.
Vida ingrata, porém... os espinhos de cada um começaram a incomodar, a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor. Feridos, magoados e sofridos, começaram a afastar-se.
Por não suportarem mais os espinhos de seus semelhantes, eles se dispersaram.
Novo problema: afastados, separados, começaram a morrer congelados.
Os que sobreviveram ao frio voltaram a se aproximar, pouco a pouco. Com jeito e precaução. Unidos novamente, mas cada qual conservando uma certa distância um do outro.
Distância mínima, mas suficiente para conviver, sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim agindo, eles resistiram à longa era glacial. Apesar do frio e dos problemas, conseguiram sobreviver.
Viver não consiste em respirar, mas em agir, e nada de grandioso se consegue sem uma forte vontade e uma grande parcela de amor, para podermos superar as nossas dificuldades e as nossas limitações.
As vezes os espinhos que outras pessoas possuem nos incomodam, mas temos que tentar conviver com os nossos espinhos e os de outras pessoas que nos são caras.

Autor desconhecido