f:Fernanda Fernandes Live

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A minha história, para alguns, tem um fim triste. Para mim, tem um fim repleto de renovação e superação.
Em 2004, me mudei de Brasília para Fortaleza, cidade em q ñ conhecia nada e ninguém. Com apenas 20 dias na nova cidade, descobri por acaso – prefiro dizer que por intuição materna – que meu filho caçula, Victor, com apenas 2 anos e 9 meses, possuía um tumor no rim direito. O tão temido câncer.
Foi um dia terrível. Descobrir q um filho tão saudável tinha uma doença tão ruim e q seria obrigado a passar por uma grande cirurgia p/ retirada do rim e por sessões de quimioterapia... A primeira semana foi de angustia, medo, dúvidas, tristeza, choro e até um pouco de desespero. Mas, certa tarde, me ajoelhei e clamei a Deus por força, sabedoria e racionalidade, pois amava meu filho q estava doente, mas também amava tanto quanto o meu filho primogênito, Wagner Filho, o meu esposo, Wagner, e a família q havia constituído. Implorei a Deus, de coração aberto e com o rosto banhado em lágrimas, q me concedesse força interior p/ suportar o q quer que fosse.
Depois dessa oração, eu me tornei outra pessoa. Consegui transformar a dor q rasgava minha alma em superação e vivi a vida dia após dia. Após ser operado, Victor ficou durante alguns meses sem a doença, mas, infelizmente, a metástase surgiu. O câncer reapareceu em seu pulmão de forma muito agressiva. O tratamento também foi agressivo e a minha força também aumentou. Dizem q eu agi de maneira diferente de outras mães, pois em nenhum momento tive pena do meu filho. Ao contrário, sempre o percebi como um vitorioso. E o tratei tal qual fosse um guerreiro.
As internações eram longas, o tratamento difícil. Porém, nada me abateu, nem impediu q eu vivesse a vida intensamente. Mesmo dentro de um hospital, brinquei o carnaval, contei piadas, sorri, sonhei, estourei estalinhos, brinquei com espuma, fiz lanche comunitário, passeei no circo, levei as crianças em tratamento para um vôo panorâmico, desfilei, me maquiei, joguei videogame, li histórias, ouvi histórias, fiz história, arrumei a mesa do café todos os dias, mesmo q de improviso, pintei, fiz amigos... Enfim, vivi a vida enquanto podia.
A parte mais difícil foi saber q meu filho estava fora de possibilidade de cura. Chorei por alguns minutos, mas, em seguida, lavei o rosto, revigorei a alma, enchi o peito de coragem e fiz o inusitado: uma linda festa. Elaborei, em apenas uma semana, uma festa p/ comemorar o aniversário dos meus dois filhos (embora nem fosse próximo da data do nascimento deles), onde compareceram 274 pessoas. Foi a festa mais linda q já fiz. Foi mágica!!! Perfeita!!! Comemorei a vida!!!
Por fim, qdo meu coração percebeu q a separação estava por vir, deixei q o coração falasse mais alto e desobedeci as ordens médicas. Levei meu filho p/ a praia antes de sua última internação. Realizei sua grande vontade: ver o mar, brincar com areia, comer peixe. No dia em que Victor partiu, no auge dos seus 4 anos e 10 meses, Deus, em sua infinita bondade, atendeu ao meu pedido e me deu coragem e muita força p/ suportar a maior dor do mundo: ver um filho morrer! Apesar da dor, consegui ficar serena o suficiente p/ ñ deixar o desespero tomar conta de mim. Enquanto sua vida se esvaía, cantei para ele suas músicas preferidas, falei do meu amor por ele, o quanto foi desejado e amado, rezei, disse q ele poderia partir sem olhar p/ trás, pois o meu amor por ele era incondicional e eterno e o acompanharia em qualquer lugar do planeta. Consegui q meu amado filho partisse de forma serena, apesar da dor q sentia.
Assim q sepultei meu filho, continuei a vida, superei o q p/ muitos parece impossível. Voltei p/ Brasília, voltei a trabalhar e estudar. E, poucos meses depois, fiquei grávida da Maria Eduarda, um lindo presente de Deus. Ela ñ veio p/ substituir o Victor, mas sim p/ mostrar q a vida se renova todos os dias e q, mesmo q a dor apareça, é sim possível viver a vida com louvor!
Hoje sou muito feliz, mesmo com os problemas q tenho, e digo com plena certeza: a vida é um dom de Deus e sempre vale a pena!!
Sou uma pessoa  feliz, mesmo com as adversidades da vida, crente em Deus, que tem a família como base!! Sou boa amiga, pronta para ajudar, sem olhar a quem, persistente e que ama viver intensamente!!!